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Potencialidades e Vulnerabilidades do Envelhecimento - Parte 1

Potencialidades e Vulnerabilidades do EnvelhecimentoAutoria: Ana Amélia Camarano (Coordenadora da área de pesquisa em População e Cidadania do IPEA – Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada).

 

Parte do contingente idoso apresenta taxas elevadas de vulnerabilidade e dependência, e parte está desempenhando um papel importante na família e na sociedade. Fala-se, aqui, do último estágio da vida, que é associado à retirada da atividade econômica, taxas crescentes de morbidade, principalmente por doenças crônicas e por perda da autonomia. Ou seja, fala-se de um segmento heterogêneo e complexo, composto por pessoas que experimentaram trajetórias de vida diferenciadas.

 

É fato já reconhecido que os idosos brasileiros estão vivendo mais e em melhores condições de vida. Isso se deve à ação conjunta de três fatores: a ampliação da cobertura previdenciária, o maior acesso aos serviços de saúde e o avanço da tecnologia médica. A esperança de vida masculina ao nascer aumentou de 58,6 anos em 1980, para 64,6 em 2000; e a feminina, de 65,0 para 73,3 anos. A de vida, aos 60 anos, passou de 14,5 anos em 1980, para 17,1 em 2000, para os homens idosos; e de 17,1 para 20,7, para as mulheres. Nos 20 anos em estudo, as mulheres, em geral, passaram a viver 8,2 anos a mais do que os homens e as idosas, 3,6 anos.

 

Os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio – PNADSaúde de 1998, mostram que aproximadamente 85% dos homens idosos e 83% das mulheres reportaram estarem em boas condições de saúde. As mulheres apresentam uma chance maior do que os homens de experimentarem as doenças típicas da última fase da vida, tais como: artrite ou reumatismo, diabetes, hipertensão, doenças do coração e depressão, bem como de contraírem incapacidades que afetam as atividades do cotidiano (Camarano, 2003). Duas outras mudanças marcantes e bastante inter-relacionadas que afetaram as condições de vida dos idosos brasileiros, observadas no período 1981-2001, referem-se a rendimentos e à sua posição na família.

 

O percentual de idosos pobres experimentou uma forte redução; passou de 34,6% em 1981, para 15,9% em 2001, entre o segmento masculino. A proporção comparável para as mulheres foi reduzida de 20 pontos percentuais, representando uma queda de aproximadamente 60%. A queda na incidência da pobreza entre as mulheres idosas em período semelhante foi maior do que a redução de incidência da pobreza entre os indivíduos não-idosos.

 

 

Foi visto, também, que entre os idosos as mulheres são menos pobres do que os homens. Essas mudanças foram mais expressivas na década de 90 e se devem, principalmente, à implementação das medidas estabelecidas pela Constituição de 1988. As principais modificações foram verificadas na concessão do benefício da aposentadoria por idade rural. Esses benefícios, anteriormente dirigidos à unidade familiar, passaram a serem devidos aos indivíduos, apresentando especial repercussão no contingente feminino. Embora a parcela mais importante da renda dos idosos seja a da renda da Seguridade Social, cuja contribuição tem aumentado com o tempo, o trabalho aporta também, uma parcela expressiva da renda dos idosos, 30%. Esta proporção é maior entre os homens.

 

Publicado no Guia do Idoso - Serasa.

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